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Língua Portuguesa – Ortografia

A ortografia é o conjunto de regras que estabelecem a forma correta de escrever as palavras. Dominar a ortografia é fundamental para garantir a clareza e a precisão da comunicação escrita, evitando ambiguidades e erros de interpretação. Neste capítulo, exploraremos as principais regras ortográficas da língua portuguesa, abordando desde o emprego de letras e dígrafos até o uso do hífen.

Regras Ortográficas Gerais:

  • Emprego de letras maiúsculas:
    • Início de frases e citações.
    • Nomes próprios (pessoas, lugares, instituições).
    • Nomes de obras literárias, artísticas e científicas.
    • Siglas e acrônimos.
  • Emprego de letras minúsculas:
    • Nomes comuns (objetos, animais, conceitos).
    • Dias da semana, meses e estações do ano (exceto quando iniciam frases).
    • Gentílicos (nacionalidades, naturalidades).

Emprego de Letras e Dígrafos:

  • Uso do “S” e “Z”:
    • “S” entre vogais com som de /z/ (ex: “casa”, “mesa”).
    • “Z” em palavras derivadas de outras terminadas em “z” (ex: “cruz” → “cruzeiro”).
    • “S” após ditongos (ex: “coisa”, “lousa”).
  • Uso do “C” e “Ç”:
    • “C” antes de “a”, “o”, “u” (ex: “casa”, “copo”, “cubo”).
    • “Ç” antes de “a”, “o”, “u” quando o som é /s/ (ex: “caça”, “moço”, “açúcar”).
    • “C” antes de “e”, “i” (ex: “cesta”, “cidade”).
  • Uso do “X” e “CH”:
    • “X” após ditongos (ex: “caixa”, “peixe”).
    • “X” após a sílaba inicial “en-” (ex: “enxame”, “enxugar”).
    • “CH” em palavras de origem estrangeira ou onomatopeias (ex: “chave”, “chute”).

Sobre os Dígrafos:

Dígrafo é a combinação de duas letras que representam um único som (fonema). Na língua portuguesa, os dígrafos podem ser consonantais ou vocálicos.

  • Dígrafos Consonantais: Os dígrafos consonantais representam um único som consonantal.
    • ch:
      • Usa-se para representar o som /ʃ/ em palavras como: chave, achar, cachorro, ficha.
      • Geralmente em palavras de origem portuguesa.
    • lh:
      • Usa-se para representar o som /ʎ/ em palavras como: telhado, alho, ilha, milho.
      • Comum em palavras de origem latina.
    • nh:
      • Usa-se para representar o som /ɲ/ em palavras como: ninho, sonho, banho, caminho.
      • Frequente em palavras de origem latina e portuguesa.
    • rr:
      • Usa-se para representar o som /ʁ/ forte entre vogais, como em: carro, terra, correr, serrote.
      • Nunca no início de palavras.
    • ss:
      • Usa-se para representar o som /s/ forte entre vogais, como em: massa, pássaro, assado, professor.
      • Nunca no início de palavras.
    • sc:
      • Usa-se para representar o som /s/ em palavras como: nascer, descer, piscina, crescer.
      • Comum em palavras de origem latina.
    • sç:
      • Usa-se para representar o som /s/ antes de “a”, “o” ou “u”, como em: desça, cresça, nasçam.
      • Usado em conjugações verbais e em palavras derivadas.
    • xc:
      • Usa-se para representar o som /s/ em palavras como: exceção, excesso, exceto, excitar.
      • Comum em palavras de origem latina.
    • xs:
      • Usa-se para representar o som /s/ em palavras como: exsudar, exsicata.
    • qu:
      • Usa-se para representar o som /k/ antes de “e” ou “i”, como em: quero, aquilo, químico.
      • A letra “u” não é pronunciada nesses casos.
    • gu:
      • Representa o som /g/ quando seguido de “e” ou “i”, como em “guerra”, “guiso”, “Guilherme”.
  • Dígrafos Vocálicos: Os dígrafos vocálicos representam um som vocálico nasal. Eles são formados por vogais seguidas de “m” ou “n” na mesma sílaba:
    • am, an: Representam o som /ɐ̃/ como em “campo”, “canto”, “lâmpada”.
    • em, en: Representam o som /ẽ/ como em “tempo”, “dente”, “sente”.
    • im, in: Representam o som /ĩ/ como em “limpo”, “cinto”, “íntegro”.
    • om, on: Representam o som /õ/ como em “pomba”, “ponte”, “sombras”.
    • um, un: Representam o som /ũ/ como em “atum”, “junto”, “mundo”.

Observações Importantes:

  • Os dígrafos “qu” e “gu” só são considerados dígrafos quando as letras “u” não são pronunciadas. Se o “u” for pronunciado, não há dígrafo (ex: “aquoso”, “linguiça”).
  • Os dígrafos “rr” e “ss” nunca aparecem no início de palavras.
  • É importante saber que o “h” inicial não é considerado um digrafo, pois não representa fonema algum.

Hífen:

1. Prefixos terminados em vogal:

  • Quando a segunda palavra começa com a mesma vogal:
    • Usa-se hífen.
    • Exemplos: anti-inflamatório, micro-ondas.
  • Quando a segunda palavra começa com vogal diferente:
    • Não se usa hífen.
    • Exemplos: autoescola, extraoficial.
  • Quando a segunda palavra começa com “r” ou “s”:
    • Não se usa hífen, e as consoantes “r” e “s” são dobradas.
    • Exemplos: antirrugas, ultrassom.
  • Com o prefixo “co-“:
    • Geralmente não se usa hífen, mesmo que a segunda palavra comece com “o”.
    • Exemplos: coordenar, coobrigação.

2. Prefixos “sub-“, “sob-“, “ab-“, “ad-“, “ob-“:

  • Quando a segunda palavra começa com “r”:
    • Usa-se hífen.
    • Exemplos: sub-região, sob-roda.

3. Prefixos “ex-“, “vice-“, “soto-“:

  • Sempre se usa hífen.
    • Exemplos: ex-aluno, vice-presidente, soto-mestre.

4. Palavras compostas com elementos de ligação:

  • Locuções (substantivas, adjetivas, adverbiais, prepositivas, conjuncionais):
    • Não se usa hífen.
    • Exemplos: dia a dia, pão de mel, café com leite.
  • Exceções:
    • Algumas exceções existem, principalmente em nomes de espécies botânicas e zoológicas.
    • Exemplo: não-me-esqueças (nome de uma planta).

5. Palavras compostas por justaposição:

  • Quando a palavra composta tem um novo significado:
    • Usa-se hífen.
    • Exemplos: guarda-chuva, arco-íris.
  • Quando a palavra composta não tem um novo significado:
    • Não se usa hífen.
    • Exemplos: girassol, paraquedas.

6. Encadeamentos vocabulares:

  • Encadeamentos vocabulares são combinações de palavras que, juntas, formam uma expressão ou designação específica, geralmente relacionada a nomes de lugares, rotas, ligações ou divisas.
  • Essas combinações não formam necessariamente um novo vocábulo, mas sim uma sequência de palavras que se relacionam para descrever algo.

Quando usar o hífen?

  • O hífen é utilizado em encadeamentos vocabulares para conectar as palavras que compõem a expressão.
    • Exemplos:
      • a ponte Rio-Niterói
      • a ligação Angola-Moçambique
      • a divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade
      • o percurso Lisboa-Coimbra-Porto.

Características dos encadeamentos vocabulares:

  • Geralmente, envolvem nomes de lugares, cidades, países ou rotas.
  • Indicam uma ligação, conexão ou percurso entre os elementos.
  • Podem ser utilizados em contextos diversos, como geografia, história ou política.

Pontos importantes:

  • É importante notar que essa regra se aplica a encadeamentos vocabulares ocasionais ou históricos.
  • O uso do hífen nesses casos ajuda a clarear a relação entre as palavras e a evitar ambiguidades.

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