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Língua Portuguesa – Classificação dos sons (Vogais, Consoantes, Semivogais)

A língua portuguesa, em sua rica tapeçaria sonora, apresenta uma vasta gama de sons, cada um com suas características e nuances. Para compreendermos essa diversidade e explorarmos as sutilezas da nossa fala, precisamos mergulhar no estudo da classificação fonética, que nos permite organizar e categorizar os sons com base em seus atributos articulatórios e acústicos.

Os pilares da classificação:

A classificação dos sons da fala se baseia em três critérios principais:

  • Modo de articulação:
    • Refere-se à forma como o ar é modificado ao passar pelo aparelho fonador.
    • Inclui categorias como:
      • Oclusivas: sons produzidos com obstrução total da passagem do ar (ex: /p/, /t/, /k/).
      • Fricativas: sons produzidos com obstrução parcial da passagem do ar, gerando fricção (ex: /f/, /s/, /v/).
      • Nasais: sons produzidos com o ar passando pela cavidade nasal (ex: /m/, /n/, /nh/).
      • Laterais: sons produzidos com o ar passando pelas laterais da língua (ex: /l/).
      • Vibrantes: Sons produzidos com vibração da língua (ex: /r/).
      • Aproximantes: Sons que aproximam os orgãos articuladores, mas não chegam a fechar a passagem do ar (ex: /w/, /j/).
  • Ponto de articulação:
    • Refere-se ao local onde a obstrução ou modificação do ar ocorre no aparelho fonador.
    • Inclui categorias como:
      • Bilabiais: sons produzidos com o contato dos lábios (ex: /p/, /b/, /m/).
      • Labiodentais: sons produzidos com o contato dos lábios inferiores com os dentes superiores (ex: /f/, /v/).
      • Linguadentais: sons produzidos com a língua entre os dentes (ex: /θ/, /ð/).
      • Alveolares: sons produzidos com a língua próxima aos alvéolos (ex: /t/, /d/, /s/).
      • Palatais: sons produzidos com a língua próxima ao palato duro (ex: /ʃ/, /ʒ/, /ɲ/).
      • Velares: sons produzidos com a língua próxima ao palato mole (ex: /k/, /g/, /ŋ/).
  • Vozeamento:
    • Refere-se à vibração das cordas vocais durante a produção do som.
    • Inclui categorias como:
      • Sonoros: sons produzidos com vibração das cordas vocais (ex: /b/, /d/, /g/, /v/, /z/).
      • Surdos: sons produzidos sem vibração das cordas vocais (ex: /p/, /t/, /k/, /f/, /s/).

Com base nesses critérios, os sons da fala são classificados em três categorias principais:

Vogais:

As vogais são sons produzidos com a livre passagem do ar pelo aparelho fonador, classificadas com base em três critérios principais: a altura da língua (altas, médias, baixas), a posição da língua (anteriores, centrais, posteriores) e o arredondamento dos lábios (arredondadas, não arredondadas). Essa classificação permite descrever e distinguir os diferentes sons vocálicos presentes na língua portuguesa e em outras línguas.

  • Altura da língua:
    • Vogais altas: /i/, /u/ (a língua se eleva em direção ao céu da boca).
    • Vogais médias: /e/, /o/ (a língua se posiciona no meio da cavidade bucal).
    • Vogais baixas: /a/ (a língua se abaixa ao máximo).
  • Posição da língua:
    • Vogais anteriores: /i/, /e/ (a língua se projeta para a frente).
    • Vogais centrais: (variações do /a/).
    • Vogais posteriores: /u/, /o/ (a língua se retrai).
  • Arredondamento dos lábios:
    • Vogais arredondadas: /o/, /u/ (os lábios se arredondam).
    • Vogais não arredondadas: /a/, /e/, /i/ (os lábios permanecem relaxados).

Consoantes:

As consoantes são sons produzidos com obstrução parcial ou total da passagem do ar pelo aparelho fonador, classificadas com base em três critérios principais: o modo de articulação (como o ar é obstruído), o ponto de articulação (onde a obstrução ocorre) e o vozeamento (se as cordas vocais vibram ou não). Essa classificação permite descrever e distinguir os diferentes sons consonantais presentes na língua portuguesa e em outras línguas.

  • Modo de articulação:
    • Oclusivas: /p/, /b/, /t/, /d/, /k/, /g/ (obstrução total do ar).
    • Fricativas: /f/, /v/, /s/, /z/, /ʃ/, /ʒ/ (obstrução parcial do ar, gerando fricção).
    • Nasais: /m/, /n/, /ɲ/ (o ar passa pela cavidade nasal).
    • Laterais: /l/ (o ar passa pelas laterais da lingua)
    • Vibrantes: /r/ (vibração da lingua)
    • Aproximantes: /w/, /j/ (aproximação dos orgãos articuladores)
  • Ponto de articulação:
    • Bilabiais: /p/, /b/, /m/ (contato dos lábios).
    • Labiodentais: /f/, /v/ (contato dos lábios inferiores com os dentes superiores).
    • Alveolares: /t/, /d/, /s/, /z/, /l/, /r/ (contato da língua com os alvéolos).
    • Palatais: /ʃ/, /ʒ/, /ɲ/ (contato da língua com o palato duro).
    • Velares: /k/, /g/ (contato da língua com o palato mole).
  • Vozeamento:
    • Sonoras: /b/, /d/, /g/, /v/, /z/, /ʒ/, /m/, /n/, /ɲ/, /l/, /r/ (vibração das cordas vocais).
    • Surdas: /p/, /t/, /k/, /f/, /s/, /ʃ/ (ausência de vibração das cordas vocais).

Semivogais:

As semivogais são sons vocálicos que, em encontros vocálicos, desempenham o papel de consoantes, representadas pelos sons /i/ e /u/ quando acompanham uma vogal forte. Essa função é essencial para a formação de ditongos e tritongos, onde a semivogal se junta à vogal forte na mesma sílaba, alterando o padrão silábico e a sonoridade das palavras. As semivogais ocupam uma posição peculiar no sistema fonético, atuando como uma transição entre vogais e consoantes. Elas são essencialmente vogais que, em determinadas combinações, perdem sua autonomia silábica e se juntam a outra vogal, funcionando como um elemento de ligação.

  • Origem vocálica:
    • As semivogais /i/ e /u/ têm sua origem nas vogais /i/ e /u/, respectivamente.
  • Perda da autonomia silábica:
    • Quando uma semivogal se combina com outra vogal, elas formam uma única sílaba. A semivogal se torna um elemento dependente, sem capacidade de formar uma sílaba própria.
  • Função de transição:
    • As semivogais facilitam a transição entre vogais, tornando a pronúncia mais fluida e natural.
  • Ocorrência em ditongos e tritongos:
    • As semivogais são elementos essenciais na formação de ditongos (combinação de uma vogal e uma semivogal) e tritongos (combinação de duas semivogais e uma vogal). Essas formações são discutidas melhor no pŕoximo artigo.

A importância da classificação:

O estudo da classificação fonética é fundamental para:

  • Compreender a diversidade dos sons da fala.
  • Analisar e comparar diferentes línguas.
  • Desenvolver habilidades de transcrição fonética.
  • Aprimorar a pronúncia e a articulação.
  • Facilitar o aprendizado de outros idiomas.

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